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Nutrição

DE TRAZER POR CASA

... by Ângela Carvalho ...

Diástase abdominal Uma destruição da identidade de forma silenciosa – um testemunho

  • Foto do escritor: Catarina Claudino
    Catarina Claudino
  • 27 de set. de 2018
  • 4 min de leitura

Atualizado: 1 de out. de 2018




Quando és mãe pela primeira vez tudo é novo e geralmente encantador…ver a barriga a crescer é uma sensação única. No entanto, todas nós queremos voltar rapidamente à melhor forma possível quando os bebés nascem, queremos voltar a ter a barriga de “não grávida”.



Falo-vos do meu exemplo. Sempre tive uma barriga normal (não totalmente definida porque era uma “falsa magra” que praticava exercício de forma leve). Muitas vezes, confesso, olhava para mulheres já mães e via aquelas barrigas salientes e descaídas e pensava como se poderia deixar cair num desleixo tal… que nunca quereria ficar assim.


Grávida de gémeas… lembro-me de no início o obstetra me dizer: ”Olhe prepare-se que vai fazer uma barriga muito grande e pode ficar com sequelas depois…”, mas de uma forma muito ligeira, que não liguei, tal era a absorção de toda essa fase única em que me encontrava.


Fiz realmente uma barriga muito grande, toda para a frente, nada de lado e para além das duas bebés, uma delas ainda teve um aumento do líquido amniótico, que foi mais um favor agravante para o que se seguiria.

Parto às 35 semanas. Uma ficou comigo e a outra nos Cuidados Intensivos Neonatais. Subidas e descidas constantes para conseguir estar com as duas. Não me esqueço nunca de um comentário que me fizeram quando ia de elevador ao piso de cima: “Então? Está para breve certo?”. Engoli em seco e disse “Já foi, mas foram duas”, para me sentir de algum modo melhor do mau estar que já ia sentindo. Apesar de estar completamente absorvida nestes afazeres iniciais da maternidade, nunca me esqueço da primeira vez que a enfermeira me mudou o penso da cesariana e me tocou na barriga…saliente, dura e flácida ao mesmo tempo…senti nojo, mas nunca o verbalizei.


Faixa não consegui usar e as opiniões eram díspares; ginástica pós parto foi impossível com a questão de cuidar das duas sozinha e com a amamentação difícil que já partilhei convosco num post anterior.


Na consulta de revisão o médico disse me logo que a barriga tinha ficado mal tratada e com uma provável diástase abdominal, que deveria ir a uma consulta de cirurgia.


O que é então uma diástase abdominal?

A diástase abdominal trata-se de um afastamento que ocorre ao nível dos músculos abdominais e tecido conjuntivo e, que geralmente, ocorre durante o período da gravidez, sendo a principal causa da tradicional flacidez abdominal e dor lombar após o parto.


Este afastamento não acontece em todos as gestantes de igual forma, até porque em muito dos casos, este fator não é notório. No entanto, este afastamento pode atingir os 10 cm de distância com implicações reto abdominais, dado que causa uma fraqueza desta região devido ao estiramento que ocorre com o crescimento da barriga durante o período de gestação e à rápida perca de peso após o parto.


Algumas situações que favorecem o desenvolvimento de diástase abdominal são ter mais do que uma gestação, em casos de gravidez de gémeos, gravidezes em que os bebés pesem mais de 4 kg ao nascer (fatores estes que promovem uma maior distensão abdominal) e a gestante ter uma idade superior a 35 anos, dado que as fibras elásticas e musculares degradam com a idade.


O tratamento que permite corrigir a diástase abdominal pode ser realizado com a aplicação de diversos exercícios de fisioterapia ou, em último caso, por cirurgia. Este procedimento cirúrgico é mais indicado para pessoas que apresentem um afastamento abdominal superior a 5 cm e em que os exercícios não foram, por si só, eficazes para corrigir esta situação.


Para confirmar a presença desta anomalia deve fazer um auto-teste deitando o corpo de barriga para cima e pressionar a zona acima e abaixo do umbigo 2 cm utilizando os dedos indicador e médio e, seguidamente contrair o abdómen, simulando a realização de um exercício de abdominal.


Após a realização deste pequeno teste, o normal que aconteça é que os dedos sofram uma espécie de ricochete para cima ao contrair o abdómen. No entanto, na presença de diástase, os dedos ficam imóveis.



Fonte: https://www.fciencias.com/2018/05/29/diastase-abdominal-espaco-saude/


Fui à consulta de cirurgia após 1 ano delas nascerem, que foi quando consegui parar e decidir que ia cuidar de mim, que aos 27 anos não me ia resignar a uma imagem que nem conseguia olhar no espelho. Saí de rastos, com a médica a dizer que tinha 5cm de abertura e que não tinha hipótese que não fazer a cirurgia, mas que depois não poderia ter mais filhos, pois ficaria ainda pior se isso acontecesse, seria muito perigoso.

Como decidir aos 27 anos se queres ter ou não mais filhos? Eu não consegui.


Decidi tentar pelo exercício. Mais outro balde de água fria…na primeira avaliação do ginásio o instrutor disse me para esquecer se achava que a barriga poderia melhorar com o treino.


Adiei uma decisão… treinei, mudei a alimentação…começou aí a minha reviravolta, há 3 anos atrás.


Ganhei coragem e fui a uma consulta de cirurgia plástica. O médico disse que corria o grande risco se tivesse outra vez algum filho depois da cirurgia, os músculos abrirem de novo, mas que o máximo que poderia acontecer era ter de fazer a cirurgia novamente. Adiei a decisão mais uma vez, mas o ano passado decidi que não queria mais esconder-me por trás de roupas largas, queria a minha melhor versão, proporcional ao meu empenho em termos de alimentação e de treino. Marquei a abdominoplastia para a primeira vaga e fui. Foi um pós-operatório duríssimo, não minto, mas a primeira vez que olhei para a barriga, ainda inchada certo, mas lisa, sem estar saliente e cheia de peles, foi indescritível. Sorri pela primeira vez ao ver-me no espelho depois de tanto tempo e aí acreditei que seria possível ficar como estava antes da gravidez…


Não fiquei como antes…fiquei muito melhor!!! Porque as cirurgias não fazem milagres, mas no meu caso com a alimentação e treinos certos, tenho hoje um invejável six pack como eu sempre sonhei a vida toda!


Preciso de explicar qual a minha motivação para fazer tudo o que faço diariamente? Não tem outra explicação que não esta…


Nunca se resignem, lutem sempre por vós, mesmo que vos pareça um caminho longo e difícil ;) Isso só vos vais tornar mais fortes e firmes nas vossas convicções.


Não julgo quem aceite estas marcas da maternidade e que viva bem com isso. Só não acho correto quem não se sente bem se resignar, a auto-estima é dos bens mais preciosos!


As melhores mães são as que se sente bem enquanto mulheres, nunca se esqueçam!



Instagram: @angelacarvalho_fit | email: angela.reiscarvalho@gmail.com

 
 
 

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