Acampar um fim-de-semana!
- Catarina Claudino
- 7 de jun. de 2018
- 4 min de leitura

Sair da rotina, implica sair de um estilo de vida saudável?
Hoje mais um post sobre a minha dinâmica familiar e de mais um exemplo do que é a realidade da nossa sociedade e a minha constante determinação de levar em frente um estilo de vida saudável…para mim e para as minhas filhas!
Este fim-de-semana tivemos o acampamento da escolinha das princesas e fomos pelo segundo ano seguido. Fomos no sábado e viemos no domingo. As refeições principais a escola levou na carrinha e cada família ficou responsável pelo pequeno-almoço e refeições intercalares.
Ora como organizadora nata que sou, planifiquei tudo durante a semana (coisas a levar para a dormida, roupa quente que o tempo nem parece de junho, material de higiene e claro as refeições planificadas e os utensílios como taças, talheres, esponja e detergente da loiça!).
No sábado, depois do pequeno-almoço habitual seguimos para a Praia do Pedrógão para fazer a montagem de campo, que elas adoraram!
Levei o meio da manhã, as habituais tostas de quinoa bio sem açúcares adicionados e ovo cozido para elas dividirem. E sempre a insistir para elas beberem água (nisso não saem à mãe que bebe 3L sem qualquer esforço!)
O almoço fornecido pela escola foi sopa de legumes, esparguete à bolonhesa com salada de alface e cenoura e fruta variada. Para mim levei sopa sem batata (não me importo de comer fria, sou bastante prática nisso..). A bebida foi água, claro… e aqui é que me deparo com o cenário à minha volta e fico alarmada com o que vejo…incrivelmente cerca de 75% das crianças que estavam a comer com as suas famílias estavam a acompanhar a refeição com sumo… certo que alguns eram néctares, mas mesmo estes têm bastante quantidade de açúcares (mesmo que provenientes da fruta!) e as palavras que ouvia à minha volta… “Vá come a sopa para beberes o sumo ou comeres o gelado à tarde”. Literalmente as crianças manipulam os pais com os alimentos e os mesmos não conseguem ter pulso firme e cedem… As minhas filhas olhavam claro e depois perguntavam-me “Mãe, porque eles estão a beber sumo e eu água?” Por acaso elas não apreciam sumos felizmente, mas também porque nunca foram habituadas, em casa não há sumos na mesa; há sumos no armário para algum aniversário e mesmo assim elas não querem nessas alturas quando questionadas (e eu obviamente não insisto e até agradeço, mesmo sob o olhar reprovador de alguns familiares).
A minha resposta a elas foi literalmente “Porque são alimentos pouco saudáveis!”, sob o olhar embaraçado das famílias à minha volta. Mesmo conotada como exagerada, certamente, eu não consigo deixar de expressar a minha opinião nestas situações, até porque enquanto Nutricionista tenho o dever de fazer educação alimentar. Depois sou eu que vejo as crianças a entrarem nas consultas hospitalares com excesso de peso/obesidade, quando muitas vezes a origem está neste tipo de alimentação em casa. Ok, mas isto era uma ocasião especial!? Certo, mas há que equilibrar as coisas, e o cenário que vi foi de hábitos rotineiros e não de excepção, para além de isto só ser o início, pela tarde e no dia seguinte, foi gelados, pães-de-leite e croissants, línguas de gato, bolachas maria, leites com chocolate, iogurtes gregos açucarados, bolos, pão de forma branco e afins…tudo em conjunto!
E para não pensarem que eu sou extremista, o lanche que levei para elas foi uma fatia de bolo de cenoura (que tinha sido feito na véspera para o Dia da Criança, com flocos de aveia, farinha integral, ovo, azeite e açúcar amarelo em quantidade reduzida), acompanhado de leite simples de palhinha (que elas adoram, e que eu recuso-me a mudar para o de chocolate!) e nozes. Elas pediram gelado, e eu disse que tinha trazido o bolo, que teriam de optar. Mais uma vez negociar e explicar às nossas crianças o porquê das coisas.
O jantar fornecido pela escola foi sopa de legumes, febra estufada com arroz de legumes, salada, fruta e gelatina. Mais uma vez foi escolhido carne para o menu, para agradar a toda a gente (não partilho essa opinião, poderia ter sido feito bolonhesa de atum, por exemplo, que normalmente as crianças também adoram e assim incluiriam um prato de peixe no dia). Aqui levei legumes salteados para mim para reforçar os produtos hortícolas, uma vez que não como a sopa com batata (apenas opções minhas). A sobremesa foi fruta para elas (já tinham comido o bolo, por isso não iam comer gelatina, mais um doce). A maioria escuso de dizer qual foi a opção de sobremesa e a bebida.
E depois de uma noite de chuva o pequeno-almoço foi dentro da tenda. Levei leites individuais simples e granola caseira com flocos de aveia…elas adoram e é um pequeno-almoço saboroso, saudável e nutritivo, para terem energia para a “desmontagem” de campo que se seguiu!
Foi um fim-de-semana diferente, fora da rotina, com muita brincadeira e contacto com a natureza que tanto gostamos!
Este foi um relato real, intuitivo, desculpem se vos pareço demasiado dura nas palavras, mas é realmente o que sinto… tento sempre levar as coisas com equilíbrio, mas não abdico de tentar fazer o melhor por mim e pelas minhas filhas!

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