Educar dói...

E aí de quem me venha dizer que não... 

As crianças não vem com manual de instruções... Nem nós tiramos cursos para saber educar. Por mais que haja muitas e boas teorias por aí.

O Lourenço sempre foi uma criança compreensiva e até fácil de levar... Até agora que a persistência se transformou em teimosia pura e dura .

E se a maioria das suas birras são porque quer fazer/ter algo que não pode no momento. Antes com alguma conversa e negociações chegávamos a consenso sem lágrimas. Agora, a qualquer contrariedade estica o beixinho e chora... Em plenos pulmões. Chega a engasgar.

Duro. Para ele... Mas ainda mais para nós. Este tipo de birra, quando são em casa... São mais fáceis de gerir. Após uma explicação rápida. Podes esperar calmamente que ele próprio se acalme para que consigamos voltar à explicação, caso necessário. Mas na maioria das vezes até passa sem mais delongas. Se estas birras se dão em público ... A coisa piora. A nossa calma, quer queiramos quer não , não é a mesma. A plateia tende sempre a manifestar-se ... ' oh coitadinho do menino ' ou ' não têm mão nele depois faz o que quer ' mas independente da posição do público o espetáculo tende sempre a continuar ... Até ao final apoteótico.

Outra das birras dele... E essas no meu ponto de vista mais complicadas de gerir ... Porque são difíceis de explicar e ainda mais,  dele aceitar as razões. Que são : Quando tem sono ( o maior aliado das birras ) alterar rotinas. Estas geralmente são alteradas porque ou temos pessoas em casa ( em dias especiais ) ou porque nós estamos fora de casa que por si só já implica uma mudança de rotina e espaço. É muito complicado explicar porque as coisas não podem ser como ele está habituado a fazer... Só porque estamos em lugar diferente ou não é o momento por outro factor alheio . Se aqui não entrar o factor sono... Tudo ótimo. Fugir à rotina é tão bom para ele como para nós. Mas se ele tiver com sono... Há birra! E das grandes.

E nós. Enquanto pais cabe nos educar. E o que é isso ... É deixá-los chorar até se acalmarem... É nunca ceder. Ou é ceder sempre para que não chore. E explicar tudo... Ou não explicar nada... E é assim porque eu digo e sou tua mãe! 

Aí como dói, Educar... 

É o nem sempre, nem nunca... É ver o queremos transmitir naquele momento, vendo o lado deles, mas sem ceder. É ser firme, mas não abandona-lo na dor das contrariedades. Ele ainda não sabe gerir o que sente. E por vezes nem nós. Sabe Deus o quanto me custa vê-lo chorar. Sei que ao chorar também está a aprender... A exercitar o seu auto controlo. Mas dói...

Dói muito Educar .